Maternidade: a intensidade de sentir! Como redescobri minha vida!

Última atualização em agosto, 2020

De antemão, acredito que maternidade e intensidade sejam quase que palavras sinônimas! Isto porque a maternidade é uma sucessão de provocações físicas, energéticas e emocionais que nos tiram da nossa zona de conforto, ainda que pensássemos estar fora dela, rs! Você já se sentiu assim: arrancado do seu status quo, sem chão e distante da maioria das coisas nas quais se agarrava?

Bebê Gigi
Arquivo Pessoal

Exatamente no dia 15 de maio de 2016, tive a honra de trazer um serzinho muito especial ao mundo. E, com este processo, descobri na prática a maternidade e a intensidade na arte de SENTIR. Assim, vivi um período de intenso aprendizado, muitos enfrentamentos e uma fase de profundo fortalecimento interno.

Nenhuma mulher deveria passar dias sozinha com a criança nos braços. A maternidade é fácil quando estamos acompanhadas. Não quando somos julgadas, criticadas ou aconselhadas. Simplesmente ter outras pessoas por perto, se possível outras mulheres que estão passando pela mesma fase. Laura Gutman

Permitir-se sentir: maternidade e intensidade

De fato, a maternidade é intensamente recheada de mitos, mistérios e sentimentos contraditórios! Ao menos, foi assim comigo desde que eu me descobri grávida! De início, não quis admitir, embora tenha me colocado à disposição do Universo para esta possibilidade. Hoje, vejo como havia um desejo enorme e um medo tão grande quanto o desejo!

Depois, quando confirmei, eu quis esconder e ficar digerindo a informação lenta e bem intimamente. Afinal, é muito mágico saber que há um pequeno ser se desenvolvendo dentro de você! Inclusive, acho que nunca vou me esquecer desta sensação mágica e da voz da Marina Lima naquela música de Arnaldo Antunes: “Eu tô grávida…” Assim, eu me senti tão abençoada, tão envolvida por uma aura divina que, estranhamente, tive medo de não merecer, de não ser capaz de honrar a tremenda responsabilidade que esta benção me trazia.

Por fim, quando a notícia se tornou evidente eu já estava me acostumando com a ideia. Neste momento, passei a curtir cada momento da gestação, especialmente os encontros com aquele bebê que ainda parecia um rascunho de gente! Desta maneira, ouvir o coração, ver a formação dos órgãos, através dos ultrassons, era um prazer indescritível… E, este prazer se aprofundou ainda mais quando comecei a sentir as mexidas deste ser tão amado. Assim, tudo foi vivido intensamente e com muita felicidade, inclusive, os cutucões de um pé em minha costela, rs.

Em Conexão Profunda comigo mesma!

De modo interessante, fazendo as contas, notei que a bebê havia sido concebida juntamente com o Conexão Profunda. Então, me lembrei imediatamente do texto do Personare: Fertilidade: o poder de gerar a própria vidaLogo, pensei: Que milagre! Neste sentido, estou fértil nas ideias, nas mensagens que trago com o coração e também capaz de trazer um novo ser ao mundo!

Aliás, a gestação foi extremamente tranquila e abençoada! Claro, houveram desconfortos, medos, ansiedades, angústias, não vamos romancear a coisa… Mas fato é que também senti uma conexão muito forte com a vida, com a espiritualidade, comigo mesma…

Neste ponto de vista, em busca de aprofundar este contato procurei me interiorizar ao máximo, o que significou me blindar de comentários que me pareciam terrorismo para grávida! Um exemplo são aqueles comentários tipo: “Você agora vai saber o que é amor de verdade!” Ou então: “Você nunca mais será a mesma!” Havia também estes: “Você nunca mais vai dormir e esta sua vida boa de agora, esquece!” E também: “seu casamento nunca mais será o mesmo!”. Leia também Você consegue estar consigo mesmo? Conquiste-se e namore consigo!

Maternidade real

Infelizmente, as pessoas querem te alertar, mas acabam te assustando. Como tudo na vida, a maternidade não é um mar de rosas. Realmente, há momentos muito tensos e assustadores, mas há também uma profunda magia que estabelecemos nesta relação tão especial. Neste sentido, cada um sente, vive e experimenta de uma forma e isso deve ser respeitado. Por isso, é preciso espaço para sentir a maternidade e sua intensidade sem invasões!

Neste ponto, confesso que eu nunca tinha ouvido falar em puerpério ou baby blues… Na prática, eu só tinha muito medo de ter depressão pós parto e ser olhada com cara de piedade pelas outras mulheres. Por isso, enfrentei muitos desafios e compreendi que minha vida tinha sido transformada em antes e depois do nascimento da minha filha. Entretanto, eu não queria atribuir a ela o peso que eu sentia pairar por aí sobre a figura da mãe!

Para descontrair e exercitar olhar a maternidade por um outro prisma eu recomendo os vídeos da Hel Mother: ‘Hel Mother’ fala sobre o perfil da nova mãe brasileira

A propósito, tive o privilégio de desfrutar por uns 6 meses da companhia constante da minha própria mãe, que MUITO me ajudou na reta final da gestação e no início da maternidade real.  Inclusive, foi uma excelente oportunidade para refletir sobre minhas origens, a relação com meus pais, em especial com ela. Com efeito, refleti também sobre meus medos, minhas crenças limitantes, meus fantasmas internos… Sob este prisma, posso dizer que amadureci de uma forma que jamais imaginei ser possível: é muito intenso!

Renascer empoderada: maternidade e intensidade

Deste modo, tive uma oportunidade ímpar de resgatar e fortalecer a relação com a mulher mais importante em minha vida: minha mãe! Afinal, dela recebi o dom da vida e com a ajuda dela este dom se manifesta em mim, através do amor de mãe que ofereço à minha filha. Assim, renasço agora mais consciente e fortalecida, empoderada pela vida, pelo amor, pelo exemplo e pela consciência cada vez mais forte de que tudo é aprendizado. Leia também É tempo de Renascer: voltando a escrever após a maternidade!

Claro, sei que tenho muito a descobrir neste novo papel! Tenho a honra de ter um companheiro de jornada maravilhoso ao meu lado! E, agora uma linda garotinha, cujo sorriso abrilhanta meus dias e me faz compreender o poder do amor… Com certeza, ela será inspiração de muitas reflexões. Mas gostaria de registrar aqui o quanto sou grata pela oportunidade de fortalecimento e aprendizado que a vida me trouxe.

Amor X Apego

Deveras, precisamos ser humildes para permitir que as ilusões do ego se desvaneçam e o amor desponte puro e límpido em nosso ser. Afinal, o amor de verdade não pesa, exige sim de nós comprometimento, mas isso não precisa ser pesado, dramatizado e intensificado de forma “negativa”! Assim, estou em busca de ser a mãe possível para minha filha, não a mãe perfeita porque isso é ficção, mas ser a melhor mãe que posso ser, sendo eu mesma. Leia também Maternidade: busca por perfeição gera solidão! E agora?

Portanto, somente uma mãe feliz é capaz de fazer um filho feliz e amado. Estou aprendendo que amor de mãe não precisa ser pesado, carregado de culpas e sacrifícios. É preciso exercitar a leveza, a responsabilidade, o respeito e o amor que se diferencia do apego por não apresentar fatura ou prestação de contas ao final! Em síntese, a maternidade possui sim uma grande intensidade, mas esta pode ser vivida com leveza para que eu possa desfrutar os aprendizados da jornada!

Gostou do texto? Para receber novos posts preencha abaixo.

    Seu e-mail (obrigatório)


    Seu comentário é importante para nós!

    Comentário(s)

    Sobre Gisele Mendonça

    Cientista social e mestre em sociologia, com experiência na área educacional. Desenvolvi trabalhos em ambiente escolar, com crianças e adolescentes, trabalhei também na formação de gestores públicos, no formato presencial e em capacitações em Ambiente Virtual de aprendizagem, o que me inspirou a acreditar no potencial do Ensino à Distância! Atuo como curadora de conteúdos de autoconhecimento e autodesenvolvimento! Além disso, escrevo artigos para Bee Family: Um lugar para pais e mães inspiradores, que desejam educar seus filhos a partir do seu processo de autoeducação! 
    Adicionar a favoritos link permanente.

    Reflita conosco!