Autorresponsabilidade! Pare de bancar o herói ou a vítima da vida!

Última atualização em maio, 2021

De antemão, deixo claro que a autorresponsabilidade é algo que venho desenvolvendo por pura necessidade. Ou seja, quero de dar um salto evolutivo nos meus padrões de crenças limitantes. Para tanto, sair da postura de vítima se faz urgente! Mas identificar os momentos em que adoto esta postura inconsciente de vítima é um treino exaustivo de auto-percepção e observação intensa!

Boneco da mulher maravilha - bancar o herói ou a vítima da vida
Imagem de ErikaWittlieb por Pixabay

Por isso, te pergunto: e você, quer bancar o herói ou a vítima da sua história? Será que têm se comportado como salvador da pátria, querendo salvar alguém. Ou, pelo contrário, tem agido como vítima da sua vida? Nem sempre é fácil perceber este personagem da vítima, isto porque ele é muito enaltecido em nossa cultura de drama, sofrimento para chegar ao sucesso!

Hoje, observando de forma particular e de forma mais geral, acho muito plausível afirmar que a vítima é o mártir da sociedade, quase um lugar santificado de dignidade. Vamos refletir mais a respeito?

A tomada de consciência para sair do piloto automático

De fato, em diversos momentos de nossa vida adotamos posturas e personagens para nos identificarmos e “reagirmos” à vida. Inclusive, isso varia de acordo com nossas crenças internas de valor e status! E, por incrível que pareça, às vezes este caminho vai na contramão do que desejamos! Isto ocorre, porque na maior parte do tempo vivemos no piloto automático apenas reproduzindo padrões sem questioná-los. Ou seja, estamos mais preocupados em sobreviver do que em viver com consciência e autorresponsabilidade!

Desta maneira, este texto é um convite para tomarmos consciência, assumirmos nossa autorresponsabilidade e passarmos a AGIR em nossa vida para alcançarmos os resultados que desejamos! Para tanto, é fundamental tomar consciência de nossas atitudes, ter clareza do que desejamos e realmente observar o caminho que estamos trilhando! Ou seja, isto significa sair do processo de viver no piloto automático e tomar um distanciamento fundamental para verdadeiramente enxergar o caminho!

Deixar de reagir para AGIR com autorresponsabilidade

Neste sentido, é muito importante parar de se identificar com as emoções e situações e adotar uma atitude mais sábia de observação consciente! Com efeito, uma dica importante aqui é parar de reagir e começar a agir! Assim, eu te pergunto: você já observou os buracos que sempre cai? Já percebeu as armadilhas que sempre te pegam?

No meu caso, por exemplo, eu percebo que há pessoas que despertam em mim uma vontade de julgar, criticar e toda vez que converso com elas, eu me pego neste movimento! Sob esta lógica da autorresponsabilidade, quando observo estes convites, consigo decidir, conscientemente, se os aceito ou declino!

Então, comecei a observar minha necessidade de reação e, com muito custo, comecei a respirar antes de emitir alguma opinião! Muitas vezes, caí no buraco, mas em alguns momentos eu vi o buraco e consegui resistir à necessidade de responder e desviei dele! Com isso, ganhar este tempo de respiro antes de reagir emocionalmente é essencial para tomar consciência e aprender a ter autorresponsabilidade! Vale a pena assistir 8 minutos do vídeo em que Fernando Belatto, criador do método O-DGI (O Despertar do Guerreiro Interno) reflete um pouco sobre Autorresponsabilidade.

É impossível salvar outras pessoas!

Claro, eu imagino o quanto esta afirmação acima desafiará muitos egos inflamados… Afinal, por muito tempo, eu mesma acreditava ser possível “salvar” outras pessoas. Isto é, ampliar a consciência, ensiná-las o que eu mesma tinha aprendido à duras penas e ajudá-las a serem pessoas melhores e mais felizes! Inclusive, olhando assim parece uma missão nobre, não é mesmo?

Contudo, descobri que isso é extremamente ilusório e é uma necessidade do meu ego de me sentir a “salvadora da pátria”! Hoje, acredito que seja uma necessidade de me julgar numa posição diferente da pessoa a quem estou querendo ajudar ou “salvar”. Na verdade, reflete muito mais uma necessidade de reafirmação e, portanto, uma insegurança profunda recoberta por camadas de vaidade e prepotência. E, confesso, foi bem desconfortável observar isso dentro de mim!

Neste sentido, aprendi que não existem degraus, existem percursos. Assim, não existe hierarquia de consciência, existem condições! Com efeito, ainda acredito muito no poder do compartilhar, tanto que este é o objetivo primordial do site. Para tanto, escrevo para compartilhar e ampliar a consciência (a minha e a dos leitores). Contudo, isso só pode ser feito quando há vontade, pré-disposição, interesse genuíno de ambas as partes!

Desapegue do papel de herói

Por isso, reafirmo que não é possível salvar pessoas! Os “heróis salvadores” estão querendo uma medalha no peito, aplausos e congratulações por serem criaturas generosas. De outro lado, as vítimas estão querendo migalhas de um olhar, um empurrão, algo que lhes tire a responsabilidade por sua vida. Ou seja, trata-se de um círculo vicioso que se retroalimenta: o herói quer o status do salvamento, enquanto a vítima quer se sentir salva. Vale muito a pena ler o livro Codependência Nunca Mais: pare de controlar os outros e cuide de você mesmo de Melody Beattie para entender melhor esta dinâmica da codependência emocional.

A vida é um caminho de sombras e luzes. O importante é que se saiba vitalizar as sombras e aproveitar a luz. Henri Bergson

Cada um é responsável por si e esta já é uma responsabilidade excelente para todos nós. Então, por que cismamos em querer dar conta da vida do vizinho? Todo herói salvador tem um enorme dedo julgador por trás de sua cara de bom moço: “Eu vou te ajudar, porque eu sou forte e você precisa de mim, seu fracote!”. Caso a pessoa resolva se empoderar e fortalecer a ponto de não precisar do herói, sua reação é de raiva e decepção, sentindo-se traído. Isto porque, ele não só gostava de ajudar, mas precisava disso para se sentir poderoso. Leia também Somos todos vulneráveis! Como usar isso em nosso favor?

Nem herói, nem vítima: exercitanto a autorresponsabilidade!

Se você se identificou com qualquer um dos papéis (vítima ou salvador da pátria)? Fique tranquilo, todos nós os exercitamos em algum momento de nossa vida! Agora, que estamos tomando consciência disso, fica mais fácil limpar o horizonte e olhar as questões que realmente são importantes! Àquelas que evitamos olhar por medo, angústia, e empurramos para debaixo do tapete, mas que contém em si nosso verdadeiro poder.

Desta maneira, apenas com autorresponsabilidade poderemos olhar para nossas sombras e integrá-las para que nossa luz possa brilhar! Portanto, olhe para si, para suas questões e busque com autorresponsabilidade integrá-las!

Seja o protagonista de sua história e mergulhe profundamente na jornada de autoconhecimento que pode resgatar seu verdadeiro poder pessoal. Para isso, não fique procurando heróis para se vitimizar ou vítimas para salvar! Isto porque, o herói alheio está, na verdade, buscando fugir de suas próprias dores emocionais. Por outro lado, a vítima está buscando alguém que lhe dê a atenção que ela mesma não se dá! Então, observe qual destes personagens têm ocupado o centro de sua existência e acesse a necessidade que ele traz!

Afinal, dentro de você existe tanto luz quanto sombras, é justamente a capacidade de integrá-las que te dará condições para resgatar sua Essência! Deste modo, busque esta integração do seu Ser para que possa ser inteiro e mais pleno em sua vida!

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    Sobre Gisele Mendonça

    Cientista social e mestre em sociologia, com experiência na área educacional. Desenvolvi trabalhos em ambiente escolar, com crianças e adolescentes, trabalhei também na formação de gestores públicos, no formato presencial e em capacitações em Ambiente Virtual de aprendizagem, o que me inspirou a acreditar no potencial do Ensino à Distância! Atuo como curadora de conteúdos de autoconhecimento e autodesenvolvimento! Além disso, escrevo artigos para Bee Family: Um lugar para pais e mães inspiradores, que desejam educar seus filhos a partir do seu processo de autoeducação! 
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