Paradigmas pra quê? A vida pode ser um infinito de possibilidades!

Última atualização em setembro, 2020

Inicialmente, convém dizer que a palavra paradigma me deixou muito desconfortável nas Ciências Sociais! Deste modo, lembro perfeitamente do momento em que li “A Crise dos paradigmas na Sociologia”. Isso parece milênios atrás quando penso na vida que tenho hoje, mas parece que foi ontem quando penso na passagem do tempo. Por incrível que pareça já faz mais de 15 anos! Entretanto, esta palavra me ocorreu agora como um insight importante: vivo atualmente a crise dos paradigmas da Gisele, kkk.

Por acaso, você já experimentou uma “crise de paradigmas”? Isto é, um momento da vida em que nenhum dos modelos ou referenciais contempla seus desejos futuros? Por isso, eu te pergunto: você já experimentou sair tão fora de seus padrões conhecidos, que a linha do horizonte parece um infinito mundo de possibilidades? Que tal refletir mais a respeito do momento em que é preciso e possível se reconstruir e se reinventar livremente?

paradigmas - montagem de fotos de vários momentos!
Arquivo pessoal

Quebrando paradigmas!

Para melhor contextualizar, cabe definir a palavra paradigma como “Algo que serve de exemplo ou modelo; padrão”. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa

Definitivamente, nenhum paradigma me atende no momento! Assim, nenhuma referência: de mãe, esposa, profissional, mulher, corresponde às necessidades do meu coração. Por isso, tudo o que vejo e ouço se parece com uma estação de rádio fora de sintonia. Por vezes, isso me dá a sensação de estar remando contra a maré, andando na contramão ou abrindo uma trilha totalmente nova, enquanto todos seguem por outro caminho.

Claro, às vezes meu ego inflado me diz que sou foda por não estar andando atrás da bunda da frente, simplesmente seguindo a manada. Entretanto, às vezes, minha mente amedrontada me diz que sou louca por não estar seguindo os padrões vigentes, onde eu seria amada e respeitada! Por outro lado, às vezes meu coração, espremido entre o ego inflado e a mente amedrontada, cochicha: “continue a nadar, rs!”. Ou seja, tal como a Doris no Procurando Nemo, meu coração me incentiva a continuar meu caminho!

Maternidade: saindo da jaula de ouro do paradigma da Santa Mãe!

Certamente, ser mãe estilhaçou meu mundo conhecido, minha desconfortável zona de conforto e me fez revisitar fantasmas, sonhos e projeções. Neste sentido, eu me pego pensando em várias coisas que, jamais imaginei que ocupariam meu horizonte! Por exemplo, quais as melhores fontes de proteína? Ou então, qual a pedagogia que atende meus ideais educacionais? E, além disso, como não projetar em minha filha meus medos e frustrações? Vale a pena ler também Maternidade: a intensidade de sentir! Como redescobri minha vida!

De modo curioso, assisti um vídeo da Hel Mother “Por que desromantizar a maternidade”, que me chocou! Por um lado, me abriu a cabeça para muitas outras coisas que não consigo nem descrever! Dentre elas, ela diz que ama o filho, mas odeia ser mãe! Realmente trata-se de uma frase de impacto numa sociedade que tende a imacular a imagem santa da mãe!

No entanto, esta santificação, na verdade, é uma jaula de ouro! Afinal, idealizam a mãe e punem as pobres mortais que não fingem alcançar o sacro santo padrão de excelência imaginado! Vale a pena assistir “Perfeita é a mãe” para dar muitas risadas e RELAXAR!

“Do lar”, Eu?!

Recentemente, preenchi dados cadastrais para um banco. Quando a atendente me perguntou minha situação profissional, expliquei que sou socióloga, mas estou cuidando da minha filha no momento! De repente, ela me perguntou se podia colocar “do lar” na profissão. E, confesso, isso doeu mais do que qualquer profissão que ela pudesse me atribuir!

Naquele momento, pega de surpresa e sem argumentos, acusando o golpe, eu consenti. Como acredito no incomodou, doeu, leva pra casa que é teu!, eu fiquei remoendo esta situação! Assim, após refletir bastante, cheguei a muitos discursos maternos do meu passado que diziam sobre a importância de estudar, ter uma profissão e ser independente. Inclusive, vale a pena ler um artigo que saiu destas reflexões para o site da Bee Family
Identidade Feminina após a Maternidade.

Quebrando paradigmas: “dona de casa” ou “dona do meu nariz!?”

A partir disso, fiz uma viagem aos meus sonhos, à forma como eu imaginava minha vida e ao que eu conquistei até aqui! Então, fiz um balanço e percebi que conquistei tudo o que eu sonhei! Claro, nada ocorreu exatamente da forma como eu imaginava, mas alcancei os principais objetivos que desejava!

Entretanto, apesar desta conclusão, não gostei do título “do lar” e notei a razão: simplesmente, porque ele não expressa a verdade do que eu faço! Além disso, porque ele vem carregado de um ranço machista, inerente ao meu processo de educação e também à esta sociedade hipócrita em que vivemos.

Por isso, fiquei pensando o quanto as pessoas parecem se incomodar quando digo que não estou no mercado de trabalho no momento. E pior, às vezes, tenho vergonha disso! Engraçado, porque quando eu me sentia prostituída em relações de trabalho insatisfatórias, as pessoas pareciam valorizar! Aliás, elas batiam nas minhas costas e dizam: “Calma, é assim mesmo, comigo também!”

Contudo, agora, sinto um cansaço visceral, porque não durmo direito, não como direito, não tenho tempo pra mim direito (to escrevendo no intervalo da soneca da minha filha). Além disso, vejo meu ambiente interno e externo mergulhado no caos, mas quando vejo aquele sorriso, aquele olhar maroto, meu coração pára e tudo vale a pena.

De fato, quando percebo o que eu REALMENTE estou construindo, fico grata pela oportunidade que a vida está me dando! Inclusive, lembrei da música que sempre me emocionou do Zé Geraldo Cidadão, que fala sobre a importância das coisas que construímos a despeito da opinião alheia.

Em Conexão Profunda comigo mesma

Portanto, acredito que tudo vale a pena quando a alma não é pequena! Hoje completo 37 primaveras, como dizia minha avó, e decidi comemorar de forma diferente! Decidi olhar para esta Gisele que nada sabe, como diria Sócrates, com mais amor, compaixão e humildade! Decidi assumir que sou mãe em tempo integral, faço reflexões no Conexão Profunda quando consigo e vivo cada dia buscando me conhecer mais e mais profundamente. Leia também Inteligência emocional para assumir o protagonismo na própria vida!

Se, de alguma forma, minhas partilhas forem úteis pra você, fico muito feliz. Mas estou ciente que a principal razão delas, minhas partilhas, existirem é a expressão de tudo o que se passa aqui neste meu coração. Não preciso de paradigmas, preciso sim é dar espaço e ouvir tudo o que o meu coração tem a dizer! E, neste processo, cada vez ele me conta mais e mais coisas que acredito que possam ser como sementes no mundo!

“Todas as flores do futuro estão nas sementes de hoje” Provérbio chinês

Desta forma, expressando as verdades do meu coração, eu me percebo numa conexão muito mais profunda comigo mesma! Assim, vou colhendo as flores do meu jardim, aprendendo com seus espinhos e percebendo que a vida é um infinito de possibilidades quando nós nos permitimos enxergá-la assim! Que saibamos retirar as vendas que cobrem nossos olhos e nos limitam à paradigmas ultrapassados! Que tenhamos autorresponsabilidade e consciência para buscar os melhores caminhos em direção a nossos sonhos de felicidade e plenitude!

Gratidão pela leitura! Namastê _/\_

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    Sobre Gisele Mendonça

    Cientista social e mestre em sociologia, com experiência na área educacional. Desenvolvi trabalhos em ambiente escolar, com crianças e adolescentes, trabalhei também na formação de gestores públicos, no formato presencial e em capacitações em Ambiente Virtual de aprendizagem, o que me inspirou a acreditar no potencial do Ensino à Distância! Atuo como curadora de conteúdos de autoconhecimento e autodesenvolvimento! Além disso, escrevo artigos para Bee Family: Um lugar para pais e mães inspiradores, que desejam educar seus filhos a partir do seu processo de autoeducação! 
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