Última atualização em agosto, 2020
A mágoa é um assunto bastante interessante, afinal, quem de nós nunca se sentiu magoado, ferido, maltratado? E mais, quem de nós não deseja libertar-se deste imenso sapo da mágoa que fica em nossa garganta ou apertando o nosso peito? Neste artigo, faço um convite para você olhar a mágoa a como uma grande oportunidade de aprendizado! De que forma ela pode, simplesmente, parar de envenenar a sua vida?
Neste sentido, a grande questão levantada aqui é sobre a responsabilidade deste sentimento e a forma de lidar com ele. Por isso, gosto muito de uma frase de autor desconhecido: “Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra.”
O que é mesmo a mágoa?
Para melhor caracterizar esse sentimento, recorremos ao dicionário informal:
Sentimento de tristeza, pesar; desgosto. Ressentimento. A mágoa é um sentimento de desgosto causado por um pensamento discordante. Ela vai se acumulando no coração, fazendo-o inchar e ficando cada vez mais pesado. A mágoa é criada quando você pensa que alguém agiu incorretamente com você. Você não perdoa a pessoa e fica com uma sensação ruim guardada no peito. Os pensamentos que geralmente veem a cabeça são: ‘Não aceito bem isso de você’, ‘Você não devia ter feito isto comigo’, ‘Você me decepcionou’, ‘Estou chateado’, etc.
Assim, fica claro aqui que o sentimento é resultante de algo que nos atingiu, mas que consideramos de responsabilidade do outro! Neste ponto, fica claro que não aceitamos o fato ocorrido, queríamos que as coisas fossem diferentes do que aconteceram! Ou seja, alguém fez ou falou algo que nos feriu e ficamos apenas com a ferida sangrando, sem conseguir agir para curá-la!
Saindo da postura de vítima!
Ao pensarmos que alguém nos feriu, independente de nossa vontade, a sensação é péssima, de que fomos atacados e, pior, injustamente! Desta maneira, acabamos adotando uma postura vitimizada. Isto porque, tratamos a nossa dor como sendo responsabilidade do outro!
E, sinto muito se o que vou escrever te deixar irritado(a), mas estamos assumindo também uma postura infantilizada! Afinal, ao tratarmos o outro como responsável por nossa vida, nossos sentimentos e atitudes, ficamos reféns de nosso sentimento e nada pode ser feito! Afinal, quem nunca se sentiu como a música de Chico Buarque:
“Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d’água”
Certamente, todos nós já nos sentimos nesta situação de contrariedade, angústia que fica entalado em nossa garganta e nos aperta o peito! Em diferentes momentos da vida, acumulamos este veneno até nos darmos conta de que é inútil! Isso mesmo, trata-se de uma imensa perda de tempo carregar esse lixinho que vai nos consumindo, se acumulando e travando nossas experiências na vida.
Antídoto da Mágoa
Então, qual o antídoto para a mágoa? A resposta é o diálogo, a comunicação franca consigo mesmo para entender seus sentimentos. E, além disso, a comunicação com o outro para que, de alguma forma, ele compreenda o que você sentiu e suas razões.
Fácil? De jeito nenhum! Porque já é difícil entrar em contato com coisas que não gostamos, que não queremos ver nem viver, imagine remexer isso e fazer uma faxina para expor conteúdos tão doloridos para os outros. Neste ponto, vale um alerta aqui! Ao expor não estou dizendo para manter a postura vitimizada como por exemplo: “olha o que você fez comigo, você me machucou assim e assado”.
De forma alguma! A proposta é expor o sentimento que é legítimo, mas sem a acusação, que é desnecessária. Isto quer dizer que a forma como sinto e lido com isso é de inteira responsabilidade minha, por mais desconfortável que possa ser! Leia também: Autorresponsabilidade: você está tentando ser herói ou vítima?
Assumindo a responsabilidade
A proposta aqui, portanto, é sair do vitimismo, da postura infantilizada “Manhê, olha o que fizeram comigo!” E assumir: “Diante do que aconteceu, eu me senti da seguinte forma… E gostaria de saber como podemos melhorar isso para que não se repita!” Desta forma, colocamos nossos sentimentos sem responsabilizar o outro por eles.
Desta maneira, acredito que para alcançar este tipo de postura é preciso construir um relacionamento entre pessoas maduras emocionalmente! Isto é, pessoas capazes de assumir suas atitudes e responsabilidades diante de si mesmo e do outro. Portanto, quando é dissipada a postura vítima e algoz, é possível focar na solução, elegendo o diálogo como ferramenta fundamental para isso. Leia também Existe uma ponte chamada DIÁLOGO no caminho para o amor!
Com efeito, diálogo é uma palavrinha chave quando o assunto é relacionamento! Afinal, somente através do diálogo colocamos para o outro nossas expectativas, frustrações, necessidades e limites. Novamente afirmo que não é fácil, mas é um treino, algumas vezes doloroso, mas sempre construtivo para qualquer tipo de relacionamento.
Gostou do texto? Para receber novos posts preencha abaixo.
Pingback: Existe uma ponte chamada DIÁLOGO no caminho para o amor! - Conexão Profunda