Última atualização em agosto, 2020
De início, é fácil observar que equilibrar-se é algo que traz em si a sabedoria de conhecer que o caminho nunca é dicotômico. Por isso, a atitude de equilibrar-se está alicerçada no bom senso, pois tudo o que é excessivo também é prejudicial.
Nossa sociedade enaltece tanto a fragmentação, que a dissociação chega a nosso ser de forma sorrateira, mas contundente, com um brutal esvaziamento. Será que você ainda consegue diferenciar corpo, mente e espírito quando pensa em suas ações e práticas?
Cuidar para que cada aspecto esteja sadio e reabastecido, interagindo entre si, pode promover uma sensação de integração mais profunda e harmoniosa.
O corpo
O corpo tem uma lógica própria que precisa ser compreendida e respeitada. Ainda somos bichos, embora muitas vezes “apartados” da natureza. Ainda que na maior parte das vezes não reconheçamos, temos necessidades intrínsecas ao nosso ser que muitas vezes desrespeitamos, por exemplo: luminosidade, som, sono, movimento, alimento, ar, água etc.
Como você cuida do seu corpo? Será que você está atento aos sinais que ele te envia (sintomas e doenças) ou você prefere silenciá-lo tomando um analgésico, pois está ocupado demais com outras demandas. Há uma profunda relação entre nosso corpo, mente, emoções e espírito. Não é em vão que cada vez mais problemas de saúde têm sido diagnosticados como somatização de processos emocionais ou doenças psicossomáticas. Mas qual a diferença?
A somatização é um processo em que o corpo “simula” sintomas físicos, cuja causa é emocional, apesar de organicamente não haver nada de errado. Por exemplo, o ataque de pânico em que há todos os sintomas de um ataque cardíaco, porém nada é detectado nos exames. Já no caso das doenças psicossomáticas é possível constatar através de exames laboratoriais os danos físicos como um sinal de alerta do corpo informando que há uma doença emocional como, por exemplo, o estresse que pode se apresentar como uma dor no estômago, enxaqueca etc. Portanto, equilibrar-se é preciso!
A mente e o espírito
Nossa mente é o sistema de alerta de nosso corpo. Contudo, considerando que o homem dominou seus predadores e hoje parece ser seu pior inimigo, ela (a mente) se ocupa em criar outras proteções como nossas fobias, pânicos, depressões, compulsões e outros distúrbios que nos fragilizam e nos deixam vulneráveis. Será que a mente está integrada ao resto de você ou já declarou emancipação e hoje te atormenta com milhares de pensamentos, medos e ansiedades?
O espírito parece um conceito controverso, pois há muitas discussões a respeito. Mas o que estou considerando, de forma genérica, como espírito é o que pode nos nutrir de forma profunda, que nos “engrandece a alma”. Sabe aquela sensação de ter feito a coisa certa? Ou aquele frio na barriga que antecede a realização de um sonho? É uma experiência espiritual que envolve emoção e uma sensação profunda de prazer que congrega o físico, mental e o emocional.
São experiências que podem acontecer da forma mais simples possível: o olhar de um animal de estimação, o sorriso de uma criança, um dia bonito de sol, uma flor, uma música, um cheiro especial, enfim… Trata-se de uma profunda sensação de bem-estar associada a algo que por si não se explica, mas que promove uma transcendência da matéria, do visível e nos transporta para algo significativo, uma experiência de conexão, de sentido, de espiritualidade. Leia também PROPÓSITO DE VIDA – 5 aspectos para você refletir!
“Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana”. Teilhard de Chardin
A importância da respiração para “equilibrar-se”
E por falar em experiência humana, como anda o seu canal de comunicação entre estas três esferas: a respiração! De algum modo respirar integra, suaviza e harmoniza corpo, mente e espírito. Sua respiração é lenta, gradativa e profunda? Ou é curta e ofegante, como se o ar fosse te faltar? Você utiliza sua respiração como ferramenta para equilibrar-se ou nem se lembra que precisa respirar para viver?
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A respiração pode ser sua grande ferramenta para se equilibrar e alinhar seus três centros de energia. As aulas de Yoga trazem valiosos aprendizados neste sentido. Mas para não aprofundar demais a questão, proponho 3 práticas fáceis de serem aplicadas:
1 – Observe como você costuma respirar – tome CONSCIÊNCIA;
2 – Mude o ritmo de sua respiração, procure torná-la mais lenta e profunda, usando o abdômen – ACALME-SE;
3 – Divida sua respiração em 3: na inspiração expanda o abdômen, imagine o ar passando pelas costelas e depois pelo tórax. Se te inspirar imagine a frase “DEUS em mim!” Na expiração faça o caminho inverso e visualize o ar saindo dos pulmões primeiro, depois contraia as costelas e a barriga. Se sentir vontade diga “Eu em DEUS”
A atitude de se observar mais, ficar mais atento às mensagens do seu corpo, acalmar e harmonizar sua mente através da respiração certamente propiciará um maior equilíbrio para você lidar melhor com suas emoções. Na verdade, este “equilibrar-se” desejado já existe dentro de você, basta dar a si mesmo a oportunidade de encontrá-lo.