Pertencimento: você se pertence ou anda se perdendo por aí?

Última atualização em setembro, 2020

De fato, pertencimento é um sentimento que todos queremos experimentar, pois nos confere a sensação de amor, aprovação, aceitação. Assim, muitas vezes caminhamos pela vida buscando esta sensação de validação e pertencimento!

No entanto, por vezes, em busca de pertencimento, muitas vezes, nos “despertencemos”. Neste ponto, eu te pergunto: você já se sentiu vazia de si mesma? Ou seja, uma estranha na própria pele?

Flor amarelo em meio à flores lilás - pertencimento
Imagem de MonikaP por Pixabay

Muitas vezes, deixamos de seguir nossa intuição, desrespeitamos nossa Essência e nos preocupamos com a opinião (julgamento) do outro.

 O “outro”: a grande ilusão de pertencimento

Sendo assim, vivemos como se o mundo pagasse nossas contas e fossemos reféns de uma lógica que, sequer compreendemos: a lógica alheia. Assim, a vida é uma experiência tão curta que não faz nenhum sentido perdermos tempo com a opinião de fora. Apesar disso, constantemente nos colocamos como prisioneiros.

Em outras palavras, vivemos querendo fazer parte de uma tribo para nos sentirmos nutridos, alimentados, fortificados… Porém , isso é pura ilusão, porque por mais que nos identifiquemos com um grupo, um partido, uma religião ou até mesmo nossos familiares, somos únicos e estamos sozinhos no sentido profundo da Existência.

Logo, viver é uma experiência solitária! E, qualquer coisa que contradiga isso é pura ilusão! Claro, sei que esta constatação é assustadora, poderosa, mas muito assustadora para nos darmos conta do poder que ela contém! Afinal, não teremos ninguém para dividir a responsabilidade, ninguém para jogar a culpa, caso as coisas não saiam como esperamos?! Então, não teremos ninguém para sofrer com nossas dores?! Ninguém para se solidarizar conosco? E a resposta é ninguém!

Em vista disso, estamos sós com a dor e a delícia de sermos quem somos! Afinal, ninguém mata a fome lendo o cardápio do restaurante, portanto, só nós REALMENTE sabemos o que e como sentimos! Isto significa que nossa experiência é profundamente solitária!

Assumir a solidão é libertar-se!

Sem dúvida, criamos a ilusão de que somos parte do todo, quando na verdade, já somos um todo de várias partes. Mas temos medo de assumir nossa inteireza e vivemos tentando nos encaixar em algumas partes que observamos por aí. Entretanto, quando assumimos nosso poder, somos capazes de entender que estamos sozinhos no melhor sentido da palavra.

Desta forma, estamos livres para viver de acordo com nossa consciência e assumirmos todas as consequências do que isso signifique. Além disso, podemos exercitar nossa liberdade, simplesmente sendo quem nascemos para ser e usufruindo os privilégios desta escolha! Leia também Criança Interna: busque este reencontro para nutrir o seu adulto!

De tal modo, quando deixamos de ser vítimas ou algozes e passamos a ser nós mesmos, somos capazes de refletir profundamente sobre as palavras de Mahatma Gandhi:

Nossas crenças se transformam em pensamentos, os pensamentos em palavras, as palavras se tornam ações e estas ações repetidas se tornam hábitos. E estes hábitos formam nossos valores e nossos valores determinam nosso destino.

Ademais, quando ficamos desesperados, buscando nos sentir parte de algo ou alguém, é porque não estamos exercitando a liberdade de procurar nossa inteireza em nós mesmos. Desta maneira, quando queremos compreensão externa, apoio e validação é porque não estamos exercitando nosso poder de sermos quem viemos para ser! Em suma, todos nós temos uma enorme sabedoria interna e, acessá-la, faz parte da jornada de autoconhecimento e descoberta deste poder de saber-se único.

Quem compara perde!

Para tanto, é preciso se nutrir e validar os próprios processos e recursos a todo momento ao invés de ficar buscando pertencimento! Inclusive, estamos numa sociedade que sempre coloca o poder no externo, no futuro: “quando você for…”; “assim que você comprar…”. Desta forma, tendemos a desmerecer o Universo de recursos que possuímos dentro de nós, procurando incessantemente fora. Aliás, isso é estrategicamente interessante quando vivemos numa sociedade pautada pelo consumo!

Com efeito, olhamos a grama verde do vizinho e alimentamos aquela fagulha de insatisfação que se transforma numa fogueira e nos devora. No entanto, toda vez que comparamos, nós perdemos, porque nos desconectamos de nosso próprio pertencimento! Por isso, gosto muito do trecho de Osho:

Desde o início está sendo dito a você para comparar-se com os outros. Esta é a maior doença, é como um câncer que vai destruir a sua própria alma. Cada indivíduo é único e a comparação não é possível. Sou apenas eu e você é apenas você. Não há mais ninguém no mundo para ser comparado com. Você compara a calêndula com uma rosa? Não, você não compara. Afinal, você compara uma manga com uma maçã? Você não compara. Claro, você sabe que eles são diferentes – a comparação não é possível.

Permita-se pertencer a si mesmo

Por vezes, esta ótica é assustadora, porque vivemos como seres gregários, como animais que precisam do bando. De fato, somos sim seres sociais, que precisam da troca, da relação, da comunicação. Mas para que isso seja saudável, precisamos encontrar nossa inteireza. Leia também Validação Externa X Acesso ao coração: uma velha batalha! E, isso só ocorre, quando integramos nossa luz e sombras, quando nos responsabilizamos pelo que pensamos, dizemos e fazemos.

Então, desejo que tenhamos mais consciência de nossas escolhas! E, assim, saibamos pertencer mais a nós mesmos! Isto porque, encontrando a melhor forma de nos amarmos, saberemos transbordar este amor ao mundo! Apenas quando estamos nutridos, somos capazes de cuidar e amar melhor! É desta abundância que o mundo precisa!

Gostou do texto? Para receber novos posts preencha abaixo.

    Seu e-mail (obrigatório)


    Seu comentário é importante para nós!

    Comentário(s)

    Sobre Gisele Mendonça

    Cientista social e mestre em sociologia, com experiência na área educacional. Desenvolvi trabalhos em ambiente escolar, com crianças e adolescentes, trabalhei também na formação de gestores públicos, no formato presencial e em capacitações em Ambiente Virtual de aprendizagem, o que me inspirou a acreditar no potencial do Ensino à Distância! Atuo como curadora de conteúdos de autoconhecimento e autodesenvolvimento! Além disso, escrevo artigos para Bee Family: Um lugar para pais e mães inspiradores, que desejam educar seus filhos a partir do seu processo de autoeducação! 
    Adicionar a favoritos link permanente.

    Reflita conosco!