Merecimento e Autoconhecimento: uma grande jornada interna!

Última atualização em setembro, 2020

Ao refletir sobre o merecimento eu não imaginava ir tão longe e escrever tantos artigos. De modo interessante, parece que o assunto não se esgota! Por isso, acredito que esta reflexão sobre merecimento é um dos cenários desta grande jornada chamada autoconhecimento. Isto porque, acredito que o merecimento seja um PROCESSO de tomada de consciência de quem verdadeiramente somos: AMOR!

dois escaladores um ajudando o outro a subir a montanha à luz do sol - merecimento e autoconhecimento: uma grande jornada interna
Imagem de Sasin Tipchai por Pixabay

Desta forma, apesar de recebermos inúmeros convites para o sofrimento, a tristeza e a depressão, acredito que estes sejam grandes chamados de cura. Sob esta perspectiva, para acessar todo o potencial de merecimento que gostaríamos, precisamos olhar e cuidar de nossas feridas! Leia também Treino de Merecimento: algumas ferramentas de exercício mental! Certamente, trata-se de um processo de reconhecer ou relembrar que somos LUZ, AMOR e a expressão da VONTADE DIVINA manifesta. Ou seja, somos uma experiência materializada de AMOR e merecemos tudo de maravilhoso que conquistarmos!

Por isso, gostaria de compartilhar um recurso terapêutico importante que me ajudou muito em meu processo! Vale a pena assistir ao minicurso gratuito (por tempo limitado) da Tatiane Guedes: Reconhecer, Integrar e Dissolver: Ser Nada para Tudo Ser! Neste minicurso, as coisas ganham uma nova perspectiva que basicamente se resume em AMOR.

Dissolvendo Máscaras para acessar o autoconhecimento!

No artigo Merecimento: um Caminho de Coragem para olhar para nós mesmos! mencionei um pouco o processo de se desidentificar do sofrimento, dos personagens e máscaras! Inclusive, esta ferramenta de distanciamento a partir de um observador passivo, foi algo que os ensinamentos da Tatiane me relembraram! Isto porque, recebemos convites o tempo todo para nos identificar, entrar em julgamento, tomar partido… Então, a partir daí, estabelecemos uma relação ferida com as situações.

“O ‘eu sofredor’ vicia-se na busca de um salvador externo, pois é a única forma dele continuar existindo”. Tatiane Guedes

Neste ponto, acredito que a grande ferramenta com a qual damos um salto quando o assunto é merecimento e autoconhecimento é identificar os convites. Ou seja, desenvolver a capacidade de reconhecer os convites para o nosso Ego. E então, gentilmente, decliná-los! De antemão, aviso que não é tarefa fácil, porque estamos acostumados a agir e reagir a partir de nossa ferida. Assim, utilizamos nossas máscaras e nossas crenças limitantes para nos proteger da dor. Entretanto, não percebemos que continuamos olhando tudo pela perspectiva da ferida! Vale a pena assistir Curso de PNL Lair Ribeiro VIDEO 27 Característica 1 Auto AceitaçãoAuto Estima

Vulnerabilidade: uma via de mão dupla

Vale ressaltar que para dissolver as máscaras é preciso acreditar que valerá a pena o encontro com nossa vulnerabilidade. Afinal, todos nós temos muito medo deste encontro com o que nos gera sofrimento! Mas parte do caminho nesta jornada de merecimento e autoconhecimento implica em atravessar este pântano da dor.

Geralmente, comparamos nossa coxia com o palco alheio e isso nos traz a sensação de que a condição de vulnerabilidade é uma exceção nossa. Entretanto, vulnerabilidade é uma condição humana! Afinal, tudo o que queremos é nos sentirmos amados e evitar qualquer emoção de medo, vergonha ou rejeição! Em busca disso, procuramos segurança e controle.

Desta maneira, vamos nos anestesiando na vida ao menor sinal de desconforto. Isso é feito através de quaisquer comportamentos compulsivos, utilizados para “nos proteger”. Foi assim que aprendemos a acalmar nosso medo! Conforme menciona Brené Brown em A Coragem de Ser Imperfeito: como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é!

Nossa rejeição da vulnerabilidade deriva com frequência da associação que fazemos entre ela e as emoções sombrias como o medo, a vergonha, o sofrimento, a tristeza e a decepção – sentimentos que não queremos abordar, mesmo quando afetam profundamente a maneira como vivemos, amamos, trabalhamos e até exercemos a liderança. O que muitos não conseguem entender, e que me consumiu uma década de pesquisa para descobrir, é que a vulnerabilidade é também o berço das emoções e das experiências que almejamos. Quando estamos vulneráveis é que nascem o amor, a aceitação, a alegria, a coragem, a empatia, a criatividade, a confiança e a autenticidade. Se desejamos uma clareza maior em nossos
objetivos ou uma vida espiritual mais significativa, a vulnerabilidade com certeza é o caminho. (2016: p.28)

O chamado da Coragem: agir pelo coração!

Desta forma, fica claro que quem se bloqueia do medo, risco e desconforto perde muito! Afinal, também se desconecta da ousadia e da coragem de viver uma vida com propósito e significado! Este é convite desta reflexão sobre merecimento e autoconhecimento!

Neste sentido, tenho refletido que a única solução é sair da zona de conforto e se arriscar! Ou seja, ter a ousadia de quem não quer apenas SOBREVIVER, mas quer sim VIVER uma vida cheia de propósitos e significados!

Vale mencionar que faz alguns bons meses que estou apaixonada pelo trabalho de Brené Brown! E, um aspecto curioso, é que leio o livro mencionado acima e não consigo caminhar com ele. Isto porque, cada página me toca com tal profundidade que não consigo avançar! Na verdade, fico digerindo o poder e sabedoria do conteúdo por dias! Às vezes me pergunto se isto não é uma forma de autossabotagem, porque sei que as palavras dela precisam de ação prática. Assim, enquanto mantenho no plano das ideias vou me “protegendo” de entrar em contato com tudo o que me causa desconforto.

Incansavelmente, recomendo que assistam ao Ted Talk: Brene Brown – O poder de vulnerabilidade e também ao Ted Brené Brown – Escutando a Vergonha. Estes são alguns vídeos curtos e com um poder de despertar muito grande, pelo menos tiveram este efeito sobre mim! Estes vídeos e a autora fizeram tanto sucesso que há uma palestra mais aprofundada no Netflix chamada Brené Brown: The Call to Courage. Vale a pena assistir e refletir de que forma estamos perdendo a oportunidade de viver de modo mais pleno e satisfatório nossa existência. Exatamente por me sentir provocada pelo trabalho desta autora iniciei esta grande jornada de merecimento e autoconhecimento.

Redescobrindo a vergonha

“Você não se torna iluminado imaginando figuras de luz, mas sim ao tornar a escuridão consciente. Porém, esse procedimento é desagradável, portanto, não popular.” (Jung)

Para mim, vergonha era uma emoção do passado, dos meus tempos de criança quando diziam: “Ela é tímida! Ah, é porque ela tem vergonha! As pessoas pensam que as crianças precisam corresponder às SUAS próprias expectativas de comportamento social! Então, deduzem que se a criança não quer falar oi para uma pessoa estranha é porque é tímida. Assim, pouco se olha pela perspectiva da criança!

Lembro que sempre me diziam que eu estava com vergonha, o que parecia muito ruim, inadequado! Até hoje eu consigo sentir no corpo o desconforto desta época! A grande questão é que a fala das pessoas, especialmente dos cuidadores, vai criando a imagem que a pessoa tem de si e de suas características! Vale a pena ler A Maternidade E As Projeções.

Durante a primeira infância de 0 a 7 anos está sendo formada nossa base física, mental, emocional e psicológica. Neste momento, a criança está sendo apresentada ao mundo e, gradativamente, o mundo à criança. Nossos registros mais profundos de trauma e crenças são desta etapa de nossa vida. E, por vezes, os registros ocorrem com muito mais ênfase do que tiveram na realidade! Trata-se de um grande trabalho de investigação interna este caminho de merecimento e autoconhecimento.

Merecimento e autoconhecimento: integrando as sombras!

Em meu processo percebo como estas memórias estão vindo à tona quando faço trabalhos terapêuticos para desbloquear este caminho de merecimento e autoconhecimento. Deste modo, surgem insights repentinos, sonhos simbólicos ou mesmo lembranças olfativas, sons, sabores… Portanto, novamente enfatizo: “É preciso sentir para curar!”

Claro, queremos alternativas e qualquer coisa que nos faça chegar ao objetivo sem passar pela dor. Em diversos momentos procurei por isto! Contudo, cada vez mais percebo na minha jornada que não é possível desviar do SENTIR! Desde já aviso que não é um processo tranquilo. Afinal, este permitir-se entrar em contato com a dor significa ir adiante no medo, nas sensações físicas desconfortáveis e na sensação de que vamos morrer…

Depois de tanto treinamento para escapar do desconforto e se anestesiar, é estranho fazer o caminho oposto! Por isso, é preciso muita amorosidade e compaixão consigo mesmo neste processo de libertação. Contudo, também é preciso cuidado para não ficarmos identificados com a dor, sem querer sair do limbo! Certa vez, num vídeo escutei a expressão “Colo com molas” e fez muito sentido para mim! Isto quer dizer: acolher e impulsionar!

Deste modo, para integrar nossas sombras é preciso identificá-las, abraçá-las e transcendê-las! E, para acessar nossa capacidade de sentir merecimento é necessário integrar nossas feridas, desconfortos e tudo que nos gera este medo imenso de não sermos aceitos! Portanto, para perceber todo potencial de LUZ e amor que temos dentro de nós precisaremos atravessar o limbo da dor que tanto evitamos!

“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro” Clarice Lispector

Aceitar-nos em nossas luzes e sombras é um grande passo nesta jornada rumo ao merecimento!

Gratidão pela leitura! Namastê!

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    Sobre Gisele Mendonça

    Cientista social e mestre em sociologia, com experiência na área educacional. Desenvolvi trabalhos em ambiente escolar, com crianças e adolescentes, trabalhei também na formação de gestores públicos, no formato presencial e em capacitações em Ambiente Virtual de aprendizagem, o que me inspirou a acreditar no potencial do Ensino à Distância! Atuo como curadora de conteúdos de autoconhecimento e autodesenvolvimento! Além disso, escrevo artigos para Bee Family: Um lugar para pais e mães inspiradores, que desejam educar seus filhos a partir do seu processo de autoeducação! 
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