Como dissolver a culpa e MERECER a felicidade!

Última atualização em setembro, 2020

De antemão, inicio o texto com uma pergunta importante: Em algum momento da vida, você já experimentou a culpa? Ou seja, já se sentiu condenado: culpado? Definitivamente, este é um sentimento muito ruim de peso, de dor que nada nos trás de positivo, pois não contribui para que possamos resolver a situação!

Na verdade, acredito que a culpa nos afasta da solução e, geralmente, parece uma batata quente que cada um quer jogar para o outro lado! Neste ponto, veja que associada a ideia de culpa está também a ideia de julgamento! E, portanto, de dedos acusadores apontados, buscando retirar de si qualquer responsabilidade! Assim, vale pensar na diferença entre culpa e responsabilidade!

martelo de juiz - dissolver a culpa e merecer a felicidade
Imagem de Okan Caliskan por Pixabay

Culpa: revisitando antigos conceitos!

A partir disso, é muito importante diferenciar culpa de responsabilidade. Todavida, isto pode ser bastante trabalhoso, especialmente para pessoas que vivenciaram uma experiência judaico cristã! Inclusive, esta é a minha experiência, pois sinto que há uma exaltação da culpa: “Minha culpa, minha máxima culpa, minha tão grande culpa!

Infelizmente, este é apenas um trecho das várias orações da Igreja Católica que exaltam o quanto somos pecadores e indignos da misericórdia divina! Assim, as orações enaltecem o quanto não merecemos o perdão Divino e ele só nos é concedido, porque Deus é infinitamente misericordioso. Com isso, lá vai mais um trecho: “Não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo!”

Nesta linha de racioncínio, seguem uma série de palavras que estimulam esta ideia de culpa, de não ser merecedor. Então, há uma eterna mendicância do amor de Deus e uma ladainha infinita sobre como somos indignos! Vale ressaltar que estou escrevendo sob a MINHA ótica das coisas, a forma como estas tradições me foram passadas e, principalmente, sobre o impacto e dificuldades que geraram na minha vida!

Minha educação e bloqueios com a culpa

Assim, cabe alertar que este texto é uma reflexão sobre a experiência que EU tive dentro da Igreja Católica! Aliás, acredito que pode refletir uma visão distorcida de muitas palavras e conceitos originalmente cristãos. De fato, não se trata, de maneira alguma, de uma avaliação religiosa! Mas sim da forma que estas palavras fizeram parte de meu repertório educacional para enxergar o mundo. Desta forma, o convite aqui é para uma reflexão a respeito de conceitos distorcidos, que nem percebemos, mas que rondam nossa vida e nos limitam de alguma forma.

Com isso, a ideia de culpa, pecado e não merecimento está fortemente atrelada à perspectiva de sofrimento, sacrifício e auto-punição. Na minha ótica, são conceitos tão pesados que em nada se assemelham a ideia de felicidade, leveza, LUZ.  Nesta linha de raciocínio, parece que viemos para sofrer e devemos “carregar a nossa cruz!”, tendo a infelicidade como martírio necessário para garantir a aprovação Divina.

Então, eu sempre me perguntei: “Se Jesus morreu para nos salvar dos pecados, se Ele já carregou a cruz, porque nós temos que continuar pesados desse jeito?!” Inclusive, revivendo tudo isso nas sextas-feiras santas?! Deste modo, nunca gostei de ficar gritando Barrabás nas cerimônias da Paixão de Cristo!

Afinal, se já vimos que erramos, que foi um desastre, pra quê reviver tudo isso infinitamente? Para mim, parece que estamos repetindo algo extremamente errado e doloroso milhares de vezes! Ou seja, para mim, tem cara de auto-flagelo e de remoer a culpa de um pecado ancestral como ritual que reproduz a culpa em larga escala por milhares de anos.

Ressignificando alguns conceitos

Com efeito, para mim, esta ótica apresentada acima tem falhas e não responde minhas dúvidas, não me conecta com Deus. Na verdade, sinto que o caminho não é por aí! Vale a pena caminhar para o outro lado desta discussão: a responsabilidade, o livre-arbítrio e a nossa Essência Divina. Isto é, tudo o que nos faz merecedores do amor de Deus. Assim, somos dignos de buscar a felicidade pelo simples fato de existirmos. Leia também Merecimento: você já parou para pensar se realmente merece?

De fato, quando falamos em responsabilidade, a maioria das pessoas pensa: “A culpa não é minha!” E daí fica clara a confusão! Vamos recorrer ao dicionário, segundo o Aurélio:

“Culpa = 1. Falta voluntária contra o dever; omissão; desleixo. 2. Causa (de mal ou dano). 3. Imputação. 4. Delito; crime; pecado”.

Claro, não é em vão que nem mesmos os criminosos queiram se assumir culpados na cadeia, como costumamos ver em filmes. Trata-se de algo terrível ser apontado em julgamento. Na verdade, muitas vezes, nós mesmos temos um grande dedo acusador nos apontando e dizendo: “Culpado!”. Já, em outros momentos, direcionamos o dedo para os outros como forma de não olharmos o que nos aflige em nós. Mas, afinal, por que precisamos restringir tudo a esta lógica de julgamento?

A importância da responsabilidade

Para tanto, voltemos ao dicionário para definir a palavra responsabilidade:

“1. Obrigação de responder pelas ações próprias, pelas dos outros ou pelas coisas confiadas”.

Desta forma, até mesmo a comparação entre as definições parece mais leve, há menos condenação e mais autonomia. Logo, ao retomarmos o sentido original do termo responsabilidade, notamos que se trata de não nos omitirmos diante de nossa vida. Isto porque, todos nós agimos de acordo com nossa consciência e, a partir dela, fazemos escolhas. Por isso, assumir que estamos ESCOLHENDO nos empodera e amplia nosso leque de visão para que novas escolhas sejam feitas! Leia também GRATIDÃO ATRAI PROSPERIDADE: experimente focar na solução!

Por isso, proponho aqui uma outra visão da vida que não esteja baseada em julgamento, medo, excesso de autocrítica, culpa, vitimismo, autopiedade, autoflagelo… Para tanto, proponho uma reflexão em que o norte seja direcionado para uma responsabilidade mais leve, para escolhas mais conscientes, estruturadas em um autoconhecimento genuíno de nossa Essência.

A partir disso, proponho, principalmente, uma perspectiva alicerçada na convicção de que todos somos Divinos! Em suma, todos somos merecedores de amor! Afinal, estamos aqui para evoluir, aprender e assumir tudo o que decidirmos experimentar com responsabilidade. Isto quer dizer responder por nossas atitudes, mas sem pesos desnecessários neste caminho.

Portanto, ASSUMA o timão de sua vida e navegue de forma mais harmoniosa consigo mesmo! Assim, busque fluir com a vida e aprender com as experiências que ela oferece! Inclusive, lembre-se que sempre podemos escolher entre o peso ou a leveza, a culpa ou a responsabilidade, o sofrimento ou o aprendizado.

“Maturidade é aceitar a responsabilidade de ser você mesmo, a qualquer preço”. Osho

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    Sobre Gisele Mendonça

    Cientista social e mestre em sociologia, com experiência na área educacional. Desenvolvi trabalhos em ambiente escolar, com crianças e adolescentes, trabalhei também na formação de gestores públicos, no formato presencial e em capacitações em Ambiente Virtual de aprendizagem, o que me inspirou a acreditar no potencial do Ensino à Distância! Atuo como curadora de conteúdos de autoconhecimento e autodesenvolvimento! Além disso, escrevo artigos para Bee Family: Um lugar para pais e mães inspiradores, que desejam educar seus filhos a partir do seu processo de autoeducação! 
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