Última atualização em setembro, 2020
Inicialmente, cabe dizer que acredito que a palavra do título: turbulência, sintetize o período de falta de artigos nos meses anteriores! Afinal, quando turbulências acontecem, precisamos de um tempo para nos reorganizar interna e externamente. Ou seja, precisamos nos ADAPTAR , permitir que nossos olhos se acostumem com a ausência de luz ou o excesso dela!
Entretanto, ainda assim, é incrível como tememos a turbulência! Isto porque, elocubramos centenas de cenários terríveis e projetamos uma série de incapacidades. Na verdade, quando realmente, a coisa acontece, descobrimos em nós capacidades nunca antes imaginadas. Inclusive, descobrimos nas situações temidas ângulos favoráveis que, sequer havíamos cogitado antes. Desta forma, nos descobrimos adiante num processo que nem sabíamos que estava em curso.
“Somos todos visitantes deste tempo, deste lugar.
Estamos só de passagem. O nosso objetivo é
Observar, crescer, amar…
Depois, vamos para casa.” Provérbio Aborígene
Vida louca vida
Desta forma, vale refletir: quantas vezes ficamos agarrados, tentando não desapegar de zonas de conforto muito desconfortáveis por medo do novo?! Leia também Mudança: Pronto para sair da zona de conforto desconfortável? Apesar disso, apenas o novo é capaz de nos mostrar nossas verdadeiras potencialidades. Ou seja, apenas o novo, com seu frescor, nos sacode o suficiente para descobrirmos em nós novas e importantes facetas!
Aliás, como dizia Cazuza: “Vida louca vida / Vida breve”. Neste sentido, te pergunto: Quantas vezes, perdemos a oportunidade de viver o presente rico de qualidade e amplo de sentido, atemorizados com um futuro incerto? De fato, a vida é para os corajosos! Entretanto, com isso não quero dizer para se jogar de cabeça em aventuras e se acabar no carpe diem. Mas quero dizer que é preciso VIVER com letra maiúscula, com presença, intenção e propósito! Com muito TESÃO! Leia também Sem tesão não dá, porque é preciso motivação para realizar!!
E se…
Deste modo, quantos medos guardamos, alimentamos e projetamos por aí!? Ah, quantos “e se…” nos seguram, travam e bloqueiam por aí! Certamente, como a vida seria mais gostosa, mais fluida e mais leve se mandássemos os “E se…” darem uma voltinha na esquina! A propósito, você aí sabe os “E se…” que te atrapalham? Inclusive, te convido a refletir: quantas vezes seguramos a única coisa que verdadeiramente nos aprisiona: o medo?!
Neste sentido, venho refletindo a respeito da importância de desapegar há bons tempos, mas confesso: ainda tenho muita dificuldade! Todavia, percebo que não é algo apenas meu, percebo na minha educação, mas também na nossa sociedade! Afinal, somos insuflados pelo medo da falta, da escassez, do outro estar ganhando mais do que a gente. E, de alguma forma, estarmos sendo passados para trás! Ou seja, há sempre um medo ou milhares nos cenários de fundo das novelas, noticiários e correntes que perpassam as redes sociais!
A suficiência no caos
Recentemente, assisti um documentário, na verdade dois, que iniciaram uma mudança de perspectiva em minha vida. Por isso, eu fortemente os recomendo:
De antemão, ressalto que não há desculpas para não assistir, pois ambos estão disponíveis no Youtube! Na realidade, estes documentários despertaram em mim o olhar para o que realmente importa na vida: os sentimentos, a forma de se levar a vida! Isto porque, estamos tão cheios de coisas materiais que nos falta capacidade de enxergar o que realmente deve ser olhado com carinho. Muitas vezes, vejo que estamos tão voltados para a conquista de bens, cargos e salários que não nos importamos com as pessoas que estão mais próximas de nós!
Portanto, aqui o convite é claro: o que é suficiente para você? De fato, o que realmente é necessário e o que é supérfluo?! De modo interessante, estes dias meu marido disse uma frase que volta e meia reverbera em minha cabeça: o que não agrega, pesa!
Infelizmente, eu tenho muita dificuldade em me desapegar de coisas, sentimentos, ideias e pessoas… Aliás, como boa canceriana, rs, carrego o mundo nas costas! Mas tenho percebido o quanto esta postura realmente pesa, cansa e desgasta! Sob esta ótica, pesada deste jeito, fica difícil alçar novos voos para lugares que desconheço e que podem ser melhores do que os que eu conheço!
Aprendendo a desapegar durante a turbulência
De fato, criamos muitas ilusões de seguranças que, rapidamente se desvanecem durante a turbulência! Assim, vivemos perseguindo algo que não existe: a permanência! O budismo fala a respeito disso de forma tão bonita que não conseguirei reproduzir aqui. Mas o tempo todo resistimos às mudanças, à impermanência das coisas! Queremos garantias, queremos proteção, queremos nos assegurar que não iremos sofrer, não iremos perder… Nesta busca infinita por certezas para o futuro, deixamos de desfrutar o presente e vivê-lo com intensidade, intenção e propósito! Leia também Presença: um desafio cotidiano para desfrutar a vida fora da mente!
Muitas vezes nas turbulências da vida recebemos o convite para desapegar, olhar a vida sob outros ângulos, novas perspectivas, outras influências, novas companhias… E, quando aceitamos este convite com Fé e Coragem, aprendemos a olhar o copo meio cheio! Neste momento, adquirimos um novo requebrado, uma nova ginga… E daí descobrimos que olhando de perto, a situação tem inúmeras vantagens que de longe nem imaginávamos!
Se você está passando por uma turbulência: respire profunda e conscientemente! Lembre-se que apesar de não saber de onde sairá o ar para a sua próxima respiração, ele sempre vem! Assim, lembre-se que você não precisa controlar seu coração para que ele pulse! Ou seja, experimente soltar as rédeas e confiar que tudo acontece para o seu bem, o seu aprendizado e evolução!
Portanto, DESAPEGUE e deixe a vida te mostrar os melhores caminhos! Desta maneira, admita, humildemente, sua ignorância diante da Sabedoria da vida e busque observá-la para aprender com ela a melhor forma de colocar-se! Sob este prisma, poderemos tomar decisões mais conscientes sobre nossa vida e escolhas!
Gratidão pela leitura! Namastê!
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