Última atualização em setembro, 2020
Inicialmente, cabe deixar claro que desde que decidi olhar para o “merecimento”, percebo que há um caminho de coragem a ser trilhado para integrar e curar feridas antigas! Por isso, no último artigo – Merecimento e Limpeza de Padrões Familiares: honrar para merecer! -,enfatizei a necessidade de romper com lealdades familiares. Neste sentido, ressaltei a importância de tomar consciência de padrões e crenças que não contribuem para nossa vida atual!
A partir disso, com este aspecto do passado harmonizado, cabe olhar para o presente! Desta maneira, eu pergunto: Quais são os aspectos que precisamos tomar consciência em nosso caminho? Como é a voz que estabelece uma conversa interna constante?! Trata-se de uma voz amorosa, gentil ou é punitiva, castradora, te enchendo de medos? Neste ponto, vale a pena ler Descubra as mentiras que sua mente conta para você constantemente!
Mapeando O Território
De fato, cabe salientar, que ao estabelecermos um território é possível delimitar com o quê estamos trabalhando exatamente! Desta forma, ao observarmos nossos padrões de comportamento e nossa voz interna é preciso adotar um certo distanciamento!
Isto porque, todas as vezes que nos IDENTIFICAMOS com algum aspecto em nós, estamos deixando de ver o TODO da situação. Ou seja, é preciso construir um observador passivo, que apenas perceba estas vozes que ecoam em nossa mente! Diante disso, ao estabelecer este tipo de postura, conseguiremos perceber e separar as criações e projeções de nossa mente.
“Você não é nenhum dos eus que falam em sua mente. Você é silêncio”. Tatiane Guedes
Inclusive, para que isso fique mais claro, vou dar um exemplo! Vamos supor que meu marido precise viajar e isso me deixe triste, angustiada! Inicialmente, a minha tendência é entrar na emoção da raiva, discutir etc. Entretanto, se EU perceber a situação com o meu observador passivo, vou refletir melhor! Então, observo: Por que a ausência dele me traz toda esta emoção desconfortável? O que REALMENTE estou sentindo? Medo, raiva, tristeza? Desta forma, mapear este território é fundamental para se DESIDENTIFICAR e conseguir utilizar a situação de forma sábia e curativa!
Sob este prisma, sugiro que experimente fazer isso em situações que sejam difíceis para você! Assim, o primeiro passo deste caminho de coragem é encontrar um observador passivo dentro de você! Logo depois, observe quais emoções estão vindo à tona e as descreva com riqueza de detalhes. Geralmente, temos o péssimo hábito de culpar o outro pelo que NÓS sentimos! Cuidado! Assim que possível saia desta armadilha e lembre-se do outro APENAS como um convite para vivenciar e, principalmente, curar velhas feridas!
Autorresponsabilidade: requisito básico
Certamente, ao falar de autorresponsabilidade tenho a sensação de “chover no molhado”! Mas, quanto mais vejo do mundo e me observo, percebo que temos a tendência em cair sempre no buraco da culpabilização do outro. Ou seja, este “outro” pode ser Deus, a vida, os pais, o governo, o mundo, a política, o vizinho etc! E daí: “Oh céus, oh vida!” Por isso, assim que se perceber neste lugar, SAIA IMEDIATAMENTE!
Com efeito, autorresponsabilidade significa olhar a vida como um grande convite de autodesenvolvimento, aprendizado e cura! Por vezes, temos medo de bater no peito e dizer que a responsabilidade é nossa! Afinal, e se eu errar? E se não souber? Mas e se me meter em um caminho sem volta?! Curiosamente, por irônico que seja, tudo isso VAI acontecer de um jeito ou de outro! Isto porque: 1) errar faz parte do caminho de aprender; 2) não saber é apenas outro estímulo para descobrir novos caminhos; 3) TODO CAMINHO É SEM VOLTA!
“Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio… pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem!” Heráclito de Efeso
Neste ponto, é fundamental trazer leveza para a palavra responsabilidade! Cabe destacar que a maioria de nós a confunde com culpa! Entretanto, isto é um enorme equívoco, porque a culpa pesa, ameaça e amedronta! Por outro lado, a responsabilidade, liberta, conscientiza e permite novas possibilidades! Portanto, para trilhar este caminho de coragem é fundamental a autorresponsabilidade! Leia também Como dissolver a culpa e MERECER a felicidade!
Coragem: uma forma de caminhar
Neste contexto, convém destacar que todo caminho que estou propondo aqui é pautado na palavra CORAGEM:
“A palavra coragem vem do latim coraticum, que significa a bravura que vem de um coração forte. Em latim, coraticum tinha o mesmo significado que coragem. A pessoa com coragem não se esconde, mas enfrenta os desafios e os medos com a ajuda de sua força interior”. https://www.dicionarioetimologico.com.br/coragem/
Sendo assim, é preciso um coração forte para olhar a vida sob a perspectiva da autorresponsabilidade e do convite para curar feridas! Afinal, trata-se de uma postura de maturidade que ESCOLHE lançar luz às próprias sombras, buscando sua integração! E, cabe alertar, este olhar precisa de gentileza e muita amorosidade consigo mesmo!
Desta forma, é preciso aprender a INTEGRAR estes aspectos tão temidos dentro de nós! Isto porque, a cura de nossas feridas começa com a permissão para que se mostrem, ou seja, nossa permissão para SENTIR, sem medo da dor, sem fugir, sem culpar… SÓ SENTIR!
Sob este prisma, olhar para o merecimento é uma forma de jogar a luz de uma lanterna sobre a caverna obscura de nosso passado! Isto significa olhar nossa ancestralidade, nosso inconsciente coletivo, nossa criança ferida!
Caminho de coragem: um caminho do coração
“Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar”. Antonio Machado
Assim, a frase acima sempre me inspirou! Em outras palavras, podemos olhar para fora, querermos nos inspirar com as trilhas e trajetórias alheias, mas cada passo somos NÓS quem damos! Por isso, a decisão de trilhar este caminho de coragem e autoconhecimento é nossa e a forma como esta caminhada será trilhada é muito particular!
Atualmente, acredito que há inúmeros caminhos! Certa vez, meu marido e eu fizemos a trilha Janela do Céu em Ibitipoca e foi uma das experiências mais marcantes da minha vida! Nesta trilha, descobri mais sobre mim mesma do que durante muitos anos vivendo uma vida querendo atender às expectativas alheias! Leia também NÃO existe “não consigo” quando nos determinamos a algo!
Naquele momento, naquele lugar eu percebi a profundidade da frase de Antonio Machado! Ou seja, o caminho é muito particular, a forma como caminhamos também! Inclusive, lembro de ter tido um grande duelo com minha mente que me dizia o tempo todo que eu era doida, que não iria conseguir… Ali senti raiva, medo, ansiedade, dúvida, pavor (ao quase pisar numa cobra coral – meu maior pesadelo). Enfim, aquele conjunto de emoções somado ao alívio de chegar ao fim e perceber que eu tinha conseguido me fez ver como tantas vezes limitamos nosso caminho!
Portanto, assim também é o caminho do autoconhecimento! Por vezes, parece que estamos olhando um ambiente bagunçado e queremos fugir. Mas é preciso ter paciência para olhar para todos os aspectos dolorosos dentro de nós! Há inúmeras ferramentas que podem ajudar, no próximo artigo compartilharei minha experiência com algumas! Por enquanto, deixo a indicação de um filme que me trouxe vários insights Você pode curar a sua vida!
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