Suficiência: foco e decisão sobre o que realmente importa na vida!

Última atualização em setembro, 2020

Ao refletir sobre a suficiência noto que os conceitos de foco e decisão são fundamentais no processo. Já faz algum tempo que o conceito minimalista me seduz! Isto, principalmente, depois de assistir filmes que já citei aqui como Minimalismo: um documentário sobre as coisas que importam e Living on One dolar. Estes filmes despertam reflexões do quanto desperdiçamos tempo com futilidades, provar ao mundo que… e várias outras coisas que nos distraem do que realmente importa. Neste sentido, a suficiência passa pelo ajuste de foco e pela firmeza da decisão!

lentes de óculos ampliando texto para leitura - suficiência: foco e decisão
Imagem de Free-Photos por Pixabay

Recentemente, assisti aos episódios da série Movimento Tiny House que de forma muito bem-humorada e criativa propõe novas reflexões sobre a importância de DESFRUTAR MAIS A VIDA! Isto significa, muitas vezes, reduzir a casa, a quantidade de objetos, as dívidas e mudar completamente de estilo de vida. Desta forma, se torna possível se concentrar no que realmente importa: crescimento dos filhos, relacionamento amoroso, família, lazer…. ou seja, no AQUI E AGORA, que é a única coisa que podemos verdadeiramente atuar! Mas para isso é fundamental perceber que a suficiência está aliada ao foco e à decisão! Leia também Ansiedade e Suficiência: duas formas de caminhar na vida!

Por isso, deixo aqui a provocação: Quanto tempo você perde decidindo o que quer? Quanto se sente perdido entre o que deseja, o que os outros esperam de você e o que a sociedade te diz que seja importante? Muitas vezes, perco mais tempo decidindo o que fazer do que efetivamente FAZENDO o que eu gostaria! Por exemplo, tentando escolher filme no Netflix ou me deixando levar pelas recomendações que o Youtube, Facebook e afins me trazem. Inclusice, vale a pena refletir sobre o chamado “paradoxo da escolha”: O PARADOXO DA ESCOLHA | Barry Schwartz | Resumo Animado

Foco e Clareza Mental

De antemão, destaco que quando preciso de inspiração sobre clareza mental, foco e decisão, gosto de assistir uma cena do filme Sem Limites! Nesta cena, ajudado por uma nova droga no mercado, o protagonista tem uma visão clara do que precisa fazer e simplesmente faz sem deixar que nada o atrapalhe! Desta forma, ele começa organizando a casa que estava suja e bagunçada tal como sua mente!

Assim, reflito sempre como minha mente pode estar parecida com aquela casa: suja, bagunçada e cheia de coisas que precisam ser descartadas! Nossa mente é uma máquina que quando mal gerida produz péssimos resultados! Inclusive, lembro-me de uma chefe que falava sobre a semelhança das nossas gavetas com nossa vida! Quantas coisas precisam ser revistas, reorganizadas, descartadas e separadas em categorias?

Sob este ponto de vista, vale a pena pensar o quanto acumulamos por medo da escassez! Isto pode se manifestar no armário com as roupas, no acúmulo de livros e papéis, na forma como gerenciamos nossa conta de e-mail e mensagens no celular e, inclusive, a forma como comemos. O que você anda colocando para dentro para não ter que ESCOLHER, mesmo assim você está escolhendo, ainda que de forma inconsciente!

Será que você come o suficiente ou anda comendo sentimentos?

De modo interessante, ao fazer a introdução alimentar de minha filha, eu tive a oportunidade de rever minha relação com a comida no aspecto emocional. Inclusive, recomendo fortemente o trabalho de Fabiolla Duarte que, linda e sensivelmente, nos apresenta caminhos para introdução alimentar!

Na verdade, desde a gravidez eu reavaliei a qualidade e intencionalidade do ato de comer. Contudo, o aspecto emocional com o qual eu me relaciono com a comida, apenas tive consciência depois!

Segundo Geneen Roth no livro Mulheres, Comida e Deus: uma estratégia inspiradora para quase tudo na vida:

Não importa o quanto você tenha se desenvolvido em qualquer outra área da vida, não importa no que diz acreditar, não importa quão sofisticada ou esclarecida pense que é: a maneira como você come diz tudo. Triste. Mas pense desta maneira: o desejo de comer quando não está com fome revela aquilo em que você realmente acredita no que diz respeito à vida aqui na Terra – sua armadura de crenças com relação aos sentimentos, ao sofrimento, ao recebimento, à cuidadosa nutrição, à abundância, ao descanso, a se ter o bastante. E, ao saber em que acredita, pode começar a questionar a verdade disso. (p. 91)

Neste livro, a autora nos inspira a usar nossa relação com a comida para observar nossa relação com a vida! Será que você come aquela sobremesa como se não houvesse amanhã para se proteger do medo da falta e escassez? Ou você, como eu, busca no chocolate aquela motivação e energia para enfrentar os desafios cotidianos? De fato, o mais importante é ter consciência do real motivo de nossas ações para que possamos parar de nos esconder atrás delas!

Suficiência: uma questão de decisão!

casal de pombos no ninho - suficiência e decisão
Imagem de Innviertlerin por Pixabay

Assim, com consciência podemos perceber que a suficiência é uma questão de foco e decisão. Ou seja, a suficiência está totalmente relacionada à nossa capacidade de ajustar o foco e sustentar a decisão de enfrentar nossos desconfortos. Neste caminho é preciso determinação para nos mantermos firmes em nossa jornada de autoconhecimento.

Ao me propor refletir sobre suficiência, percebo minha dificuldade em decidir e selecionar o que realmente importa! Neste sentido, vale lembrar que os pássaros nunca voam com o ninho nas costas, eles sempre acreditam na própria capacidade de construir um novo ninho, quando for necessário!

Por vezes, me percebo imersa em tantos cenários e perspectivas que me perco de meu real objetivo! Aliás, um exercício interessante é arrumar mala para viajar, especialmente com criança pequena. Então, eu penso se vai chover, se vai esfriar, se ficará muito quente, se ela pode ficar doente, se e se… e minha mala fica inviável de carregar.

Desta forma, percebi que a indecisão é inimiga da suficiência! Quanto mais cenários construo, mais me vejo cercada de excessos e me desapegar disso é difícil. Isto porque, percebo em mim o vício mental do perfeccionismo. Ou seja, vejo que fico procurando coisas para consertar e isso me atrapalha a decidir e ficar firme na minha decisão.

Portanto, como decidir o que realmente importa quando estou preocupada em evitar o que não quero ou consertar o que me parece ruim? Leia também Perfeição e perfeccionismo como ferramentas de autocobrança! De fato, o maior desafio é desconstruir este hábito mental e cultural da sociedade da escassez. E agora, construir um conceito alinhado à suficiência, de tal modo que possa acreditar que minhas escolhas são o melhor que posso fazer neste momento e ficar feliz com elas.

Sustentar o caminho: aceitar o aprendizado da suficiência com foco e decisão!

A arte de sustentar para dar consistência aos nossos projetos e hábitos é um dos maiores desafios. Inclusive, este era o exercício mais desafiador nas aulas de ioga: sustentar a postura. Às vezes alguns ajustes são necessários, mas é preciso confiança para sustentar e se manter firme diante do cansaço, do medo, do desconforto que o corpo manifesta.

Assim, é preciso firmeza para nos mantermos no caminho do desconhecido e desconfortável. Ou seja, mesmo os caminhos do coração apresentam desafios que nos fazem duvidar da importância da caminhada. Afinal, nossa mente não quer perder nada e decidir significa abdicar das outras coisas. Por isso, muitas vezes temos medo de perder e isso nos faz ter medo da decisão, medo de sustentar nosso desconforto e bancar nossas escolhas.

Neste sentido, a firmeza passa pela crença de que a vida é abundante e quando escolho um caminho, abdico de todos os outros e tudo bem! Isto é, o caminho que eu escolhi é o que eu realmente preciso trilhar, sem pensar no que os outros caminhos poderiam agregar para não perder meu foco e decisão. Até porque, é impossível viver uma vida seguindo vários caminhos! Então, escolher é preciso e bancar esta escolha também. A coragem consiste na capacidade de sustentar as escolhas que foram feitas e confiar que isso é suficiência.

Recentemente, escutei esta frase numa aula da Flávia Melissa e ela é perfeita para concluir este artigo: “Todos os nossos erros são parte de todos os nossos acertos!”

Gratidão pela leitura! Namastê!

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    Sobre Gisele Mendonça

    Cientista social e mestre em sociologia, com experiência na área educacional. Desenvolvi trabalhos em ambiente escolar, com crianças e adolescentes, trabalhei também na formação de gestores públicos, no formato presencial e em capacitações em Ambiente Virtual de aprendizagem, o que me inspirou a acreditar no potencial do Ensino à Distância! Atuo como curadora de conteúdos de autoconhecimento e autodesenvolvimento! Além disso, escrevo artigos para Bee Family: Um lugar para pais e mães inspiradores, que desejam educar seus filhos a partir do seu processo de autoeducação! 
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