Duelo de Egos que tiram a nossa paz! Como não cair nesta armadilha!

Última atualização em setembro, 2020

Definitivamente, nestes tempos de crise social, política, econômica e moral é difícil sentir PAZ! Inclusive, muitas vezes nos pegamos movidos muito mais pelo duelo de egos! Aliás, você já sentiu isso? Por acaso, já teve vontade de convencer o outro do seu ponto de vista?

ilustração com discussão entre homem e mulher e um raio entre eles - duelo de egos que tiram a nossa paz!
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

De fato, muitas vezes, nos vemos tão envolvidos, mergulhados no problema, nos misturando com ele que perdemos a capacidade de enxergar! Desta maneira, parece que o importante é vencermos a discussão, convencermos o outro do nosso ponto de vista! Por isso, eis aqui o que estou chamando de duelo de egos que, nem percebemos, mas “rouba” completamente nossa energia e nossa paz!

Curiosamente, tenho ouvido muito Caetano Veloso e Gilberto Gil e eis que esta música sempre surge:

“A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino, a paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz (…)” (A PAZ – Gilberto Gil)  

Tempos Difíceis: polarizações

Infelizmente, os últimos tempos me propiciaram tantas reflexões tristes em termos de conceitos, sentimentos, história… Deste modo, acessei muitas memórias de tristezas, muitas que nem são minhas diretamente, mas fazem parte de um contexto histórico que tive muito contato!

Neste sentido, vale ressaltar que empatia é um recurso que, por vezes, me traz algumas dores com tanta vivacidade! Por isso, sempre tive dificuldades para entender movimentos de violência histórica! Surpreendentemente, para minha tristeza, a história cotidiana foi me mostrando como as coisas vão se formando! Isto é, intolerâncias, medos projetados, a questão da escassez de recursos, de sentimentos, de respeito… Assim, parece que vários movimentos, determinados pela escassez, vão sendo colocados numa panela de pressão. Neste ponto, há um duelo de egos que, provavelmente, não trará coisas boas para nenhum dos dois lados!

Recentemente, assisti ao documentário A Revolução do Altruísmo, que me trouxe clareza para entender melhor estes processos! Neste filme, consta uma experiência realizada com bebês que aponta a capacidade instintiva do ser humano de ser empático! Curiosamente, esta mesma capacidade se estende à de nos afiliarmos a pessoas com pensamentos semelhantes e também hostilizarmos pessoas que pensam ou fazem escolhas diferentes das nossas!

Neste contexto, por contraditório que pareça, a mesma força da empatia que nos mobiliza em direção ao outro, também pode nos mover CONTRA o outro em favor de alguém! Assim, o cenário nacional e mundial está se mobilizando nesta direção de polarização. Ou seja, sou a favor de uma pessoa, um partido, um posicionamento ideológico e, portanto, contra o outro lado, o diferente, o contrário! Infelizmente, desta forma, parece que um lado quer aniquilar o outro para mostrar sua força e vencer o duelo de egos!

Duelo de Egos: uma visão sobre o ego

Genericamente, muito se fala sobre ego! Às vezes, alguns dizem que é preciso suprimi-lo; enquanto outros, o consideram parte de nossa natureza. Mas, seja como for, é fundamental observá-lo! Isto, especialmente em momentos de discussão acalorada em que o importante se torna vencer seu oponente, adversário, inimigo…Ou seja, na verdade, quem deveria ser apenas o seu interlocutor. De fato, por vezes uma simples conversa acaba se transformando num duelo de egos em que o importante se torna vencer ao invés de, simplesmente, se relacionar com o outro!

Inclusive, desde já, confesso: Eu SEMPRE me pego neste exercício relacional! Por vezes, chego a ficar muito irritada comigo mesma, porque já conheço o buraco na estrada, isto é, o convite para o duelo de egos. Apesar disso, via de regra, acabo sempre caindo no mesmo buraco!

Porém, percebo mais aliviada que, embora eu sempre caia no buraco, ando saindo mais depressa dele! Neste sentido, o aprendizado é claro: Não mudamos os outros! Isto é, não os convencemos ou abrimos seus olhos, especialmente, quando o motivo maior da discussão é a defesa de seu próprio ego! Ou seja, quando vemos que, na verdade, só estamos em “combate”, porque também estamos defendendo o nosso ego!

Sob esta lógica, o ego aqui está sendo compreendido como uma imagem que o indivíduo faz de si mesmo e que está alinhada muito mais com o mundo exterior do que com sua verdade interna! Aliás, vale a pena ler também EGO ou CORAÇÃO: quem você escuta mais constantemente na sua vida? Com isso, o indivíduo fica identificado com o ego e se perde de si mesmo e de suas potencialidades na vida! Inclusive, vale muito refletir um pouco mais profundamente sobre esta definição de Ego com um vídeo de 13:50 de Amanda Schultz.

Tomada de Consciência

Rosa metade vermelha e metade branca - ego versus paz
Imagem de Jessica Hathcock por Pixabay

Neste processo, desconectados de nossa Essência, ficamos o tempo todo preocupados em defender esta imagem falsa de nós e da realidade. Inclusive, no fundo, sabemos ser uma falsa e frágil imagem, por isso ficamos tão exaltados e agressivos. Afinal, somos tomados por esta força do duelo de egos em que a minha posição precisa prevalecer para que eu me sinta “vencedor”!

Assim, a grande pergunta poderosa é: Por que será que queremos tanto VENCER as dicussões? Ao invés disso, poderíamos nos abrir para ouvir e aprender com o outro! Leia também Existe uma ponte chamada DIÁLOGO no caminho para o amor! Então, cada vez mais tenho refletido sobre a importância da frase:

“Às vezes estar em paz, é melhor do que estar certo”. Claudio Frencis

Deste modo, nos últimos tempos de eleição foi possível sentir um clima bélico no ar! Acima de tudo, eu nem estou falando da massa, estou falando de mim mesma que pensava: o lado de lá e o lado de cá! Isto porque, fiquei envolvida, com muito ódio e intolerância ao pensamento diferente do meu! Infelizmente, confesso, só de escrever volto para este estado…

Com efeito, eu sempre achei comodista a frase acima! Afinal, venho de uma cultura em que é preciso lutar, brigar, convencer, militar… mas cada vez menos acredito nisso! Todavia, hoje, penso que as pessoas veem o que querem e quando querem! Portanto, não adianta querer abrir os olhos dos outros. Por isso, o máximo que eu posso realmente fazer é trabalhar no meu próprio processo de despertar! De fato, quão trabalhoso e, por vezes, doloroso ele é!?

Seja a mudança que você quer ver no mundo!

Sendo assim, é preciso exercitar esta frase de Gandhi e buscar SER o que queremos VER! A propósito, vale observar que lindo exemplo e que dificuldade temos para fazer isso. Por isso, conforme expressa esta história:

“‘Uma mãe levou seu filho ao Mahatma Gandhi e implorou: ‘por favor, Mahatma, peça ao meu filho para não comer açúcar’ Gandhi, depois de uma pausa, pediu: ‘me traga seu filho daqui a duas semanas’. Duas semanas depois, ela voltou com o filho. Gandhi olhou bem fundo nos olhos do garoto e disse: ‘não coma açúcar’. Agradecida – mas perplexa – a mulher perguntou: ‘por que me pediu duas semanas? Podia ter dito a mesma coisa antes!’ E Gandhi respondeu: ‘há duas semanas atrás, eu estava comendo açúcar’”. (Pensador)

Deste modo, para os viciados em doces como eu, dá para entender a nobreza de Gandhi! Afinal, é muito mais fácil falar da boca para fora, especialmente, em tempos de polarizações! De maneira idêntica, antes de falar é preciso exercitar o amor e a paz! De fato, há uma sensação de que está tudo errado, que os outros precisam mudar… Então, somos tomados pelo ódio, revolta e daí é o fundo do poço!

Autorresponsabilidade e consciência

Certamente, precisamos voltar a olhar para dentro, para onde realmente podemos atuar. Sob esta lógica, o caminho é parar de acusar, julgar, comparar e odiar! Assim, o desafio é assumirmos nossa autorresponsabilidade. Desta forma, atuar de maneira consciente sobre nossas decisões e nossas escolhas.

Claro, não temos nenhum controle sobre a vida, os outros e a história! Sei bem que não é algo confortável para se pensar, mas custamos a ter algum controle sobre nós mesmos! Por isso, me proponho e sugiro aos leitores que estejamos empenhados neste processo de despertar nossa consciência! Portanto, isto significa despertar nossa própria coerência entre o que pensamos, falamos e fazemos!

Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única. Albert Schweitzer

Sejamos Luz

Desta forma, iniciei com uma música e terminarei com outra, que conheci ao longo do processo de escrever este artigo: Serei Luz! Assim, convido a todos para que sejamos LUZ! Somente assim, iluminaremos nossa jornada e a de nossos irmãos, que cruzarem nosso caminho!

Serei Luz – Natiruts

Aonde quer que eu vá
Serei luz
Em cada caminho que passar
Vão saber

Que se não der para adiantar
Te atrasar não vou
Se não der para melhorar
Piorar não vou

Não der pra somar
Vou multiplicar, dividir
Diminuir jamais
Jamais

Quero ser luz, caminhar na luz
Seguir os passos e o ensinamentos de Jesus
Não basta ser do bem
Tem que fazer o bem
Abrir os braços, a cabeça, o sorriso e o coração
Sem olhar a quem
Sem olhar a quem

Aonde quer que eu vá
Serei luz
Em cada caminho que passar
Vão saber

Que, desde moleque, eu já saquei
Já entendi bem
Que o corre ia ser dobrado para ser alguém
Mas o sonho falou mais alto
E quanto mais alto parecia ser
Mais alto tava a vontade de vencer

E aí, hoje eu tô aqui
Cantando minha mensagem de amor e paz
Pra quem quiser sentir
E aí, dá pra sentir

Seja amém (amém), seja axé (axé) ou shalom (shalom)
Não me importa sua cor, credo, gênero, religião
Somos irmãos

Eu aprendi com pai e mãe, e a rua
Que o sol se põe pra contemplar a lua
Vem lá de cima o sinal de respeito
Ergue o braço direito, tem que ser desse jeito

Aonde quer que eu vá
Serei luz
Em cada caminho que passar
Vão saber (…)

Gratidão pela leitura! Namastê!

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    Sobre Gisele Mendonça

    Cientista social e mestre em sociologia, com experiência na área educacional. Desenvolvi trabalhos em ambiente escolar, com crianças e adolescentes, trabalhei também na formação de gestores públicos, no formato presencial e em capacitações em Ambiente Virtual de aprendizagem, o que me inspirou a acreditar no potencial do Ensino à Distância! Atuo como curadora de conteúdos de autoconhecimento e autodesenvolvimento! Além disso, escrevo artigos para Bee Family: Um lugar para pais e mães inspiradores, que desejam educar seus filhos a partir do seu processo de autoeducação! 
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